sábado, 25 de setembro de 2010

Rocky são-paulino, Alex Silva declara amor ao clube e mira Lugano e Ceni

Arte UOL

Cortes e inchaços no rosto renderam comparações do beque com Rocky Balboa

Cicatrizes é o que não faltam a Alex Silva. Neste seu retorno ao São Paulo, o beque de 25 anos já teve um corte no supercílio, que lhe rendeu 20 pontos, e passou por uma mini-cirurgia no joelho. Na semana passada, um novo incidente provocou um hematoma no olho.

Sempre quebrado, o zagueiro diz que já ganhou os apelidos de Rocky Balboa e monstro de torcedores. “Eu gosto deste rótulo de monstro, porque faz com que os adversários me respeitem. Mostra o meu espírito de luta. Fico feliz, me sinto bem e até me comparam com o Lugano”, declarou, em entrevista exclusiva ao UOL Esporte, na véspera do duelo deste sábado com o Goiás.

Além de considerar o uruguaio Lugano como exemplo de raça e tê-lo como modelo, Alex Silva revela o seu amor pelo São Paulo. Cita a história de Rogério Ceni, prestes a completar mil partidas pela equipe tricolor, e afirma que gostaria de repetir a trajetória do goleiro.

Confira o bate-papo com o camisa 3:

UOL Esporte – Como é essa sua relação com o São Paulo, já que a torcida o considera um ídolo?
Alex Silva –
Hoje sou torcedor, sou são-paulino, por isso entro em campo alucinado, porque sou apaixonado pelo São Paulo. Gostaria de seguir os passos do Rogério, ficar muito tempo aqui e fazer história.

Esse ano tem sido lesão atrás de lesão...
Alex Silva –
(risos) Brinco com os meus companheiros que até o fim da minha carreira vou me desfazer. Já foram três cirurgias no joelho, levei 25 pontos no rosto.

Sempre fui guerreiro. Contra o Guarani [em maio] levei 20 pontos. Foi um lance cabeça a cabeça, sem querer. Eu até queria voltar contra o Goiás [três dias depois], mas não deu certo. No jogo seguinte, contra o Grêmio, arranquei o curativo durante a partida. Agora teve esse lance contra o Palmeiras. Na hora achei que tinha sido sem querer, mas depois vi pela TV que não havia necessidade de o Tadeu jogar o braço para trás. Mas depois ele pediu desculpas e está tudo bem.

Você acha que esse seu estilo contagia os demais jogadores?
Alex Silva – Contagia. O companheiro ao lado vê o quanto você está se dedicando. Da mesma forma que aconteceu sábado passado, quando o Rodrigo Souto e o Miranda tiverem um choque e cortaram a cabeça, nada que impedisse eles de irem para o clássico contra o Palmeiras no domingo.

O seu empréstimo vai até o meio do ano que vem? Você já sabe se volta para a Alemanha?
Alex Silva –
Meu objetivo é ficar aqui. Já falei para o presidente do São Paulo e para o Milton Cruz, mas depende da vontade do Hamburgo. Quero voltar para a seleção e disputar a Copa. Tenho medo de voltar para lá, ser reserva e perder essa vitrine que tenho aqui, onde meu trabalho é valorizado.

Você ficou mais de um mês parado. O fato de existir um prazo definido para você jogar pelo São Paulo te deixa mais angustiado quando fica de fora?
Alex Silva –
Cada mês que passa, fico triste. A alegria que sinto aqui é diferente da que tenho na Alemanha. Aqui é a minha segunda casa. É a primeira casa até, porque passo mais tempo concentrado do que com a minha família. Adoro o pessoal aqui, os jogadores, diretores, a comissão técnica.

Não houve adaptação na sua passagem pela Alemanha?
Alex Silva –
É, não me adaptei dentro e fora de campo. Fiquei sozinho lá, não tinha brasileiro no meu time. Depois chegaram o Thiago Neves e o Zé Roberto. Estou com um filho pequeno agora, tem a questão do frio. E o futebol é diferente também. Gosto de um estilo mais cadenciado. Acho que só a Espanha e um pouco da Itália são comparáveis ao Brasil. No Hamburgo cheguei a jogar de volante até.

Ano passado seu nome foi especulado no Corinthians. Com essa identificação criada no São Paulo, você defenderia um rival?
Alex Silva –
Acho difícil. Pela história que construí aqui, seria muito difícil. Apagaria esse amor que tenho pelo clube e o respeito da torcida.

O Corinthians nunca me procurou. Recebi proposta do Flamengo, mas quando eu quis voltar deixei claro que a prioridade seria o São Paulo. Fiquei feliz com o interesse do Flamengo, mas aí o São Paulo me procurou também, o Milton Cruz me ligou, e fiquei muito contente.

Fonte: UOL

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