Rogério Mito Ceni - por Marco Antônio Martins

Vinte e Dois de Janeiro de Mil Novecentos e Setenta e Três. Pato Branco, Paraná. Nasce o maior goleiro de todos os tempos na opinião de milhões de pessoas. É difícil de explicar porque o futebol mexe tanto com as pessoas e, analisando friamente, o que um goleiro de um time de futebol teria pra mexer com as pessoas?

É isso que idolatro nele. Não dá para analisá-lo friamente. Rogério prova a todo torcedor são-paulino, em todos os dias que vemos sua atuação, que é possível achar um ídolo, um exemplo de vida em qualquer lugar. Nos ensina que não é necessário ser um líder revolucionário, o mocinho de um filme de amor, ou uma pessoa com a responsabilidade de decidir algo que afete o futuro de várias pessoas para inspirar corações. Os verdadeiros ídolos estão bem aqui, ao nosso lado.

Sites, revistas, entidades do futebol do mundo todo podem criar a lista que quiserem com os melhores do mundo, mas, para mim, só terá credibilidade aquela que o colocar no topo. Na minha lista, Rogério Ceni é, e sempre será, o maior goleiro da história do futebol. Não só pelas suas conquistas dentro de campo, que todos estão cansados de saber, mas por seu caráter e sua moral inabalável.

Ainda sinto lágrimas em meus olhos ao me lembrar do Capitão caído de joelhos no campo, chorando como uma criança na eliminação da Libertadores pelo Internacional. Pura e simples demonstração de amor. De decepção pelo esforço empreendido, pela batalha pra motivar pessoas que não tinham o comprometimento que ele tinha. Um time com onze Rogérios seria campeão de tudo, sempre.

Me sinto mais emocionado ainda ao lembrar o caso do Carlos Roney. Um caso que poderia ser facilmente resolvido mandando um cheque pro garoto. Ele teria suas próteses do mesmo jeito. Porque se preocupar? Ninguém no time sequer conhecia o garoto. Mais uma vez, Rogério estava lá pra mostrar que os verdadeiros gênios, os verdadeiros ídolos, se preocupam com as pessoas que os seguem. O que seria de Jesus se ele não se preocupasse com seu povo? O que seria de Gandhi se ele não amasse o as pessoas da Índia? O que seria de Rogério Ceni se ele não amasse a nação São-paulina?

Exemplo de perseverança e trabalho duro, o Mito, mesmo após 20 anos no clube, já com seus 38 anos, continua sendo o primeiro a chegar ao treino e o último a sair, buscando sempre a perfeição no seu trabalho. O que o diferencia de todos os outros profissionais na sua carreira. Além de ser um fantástico goleiro, é um fantástico profissional.

Parabéns, Capitão. Continue mantendo o coração São-paulino aquecido. Continue nos inspirando e nos fazendo acreditar no ser humano. Mais do que um goleiro, você é um líder, um gênio.

Marco Antônio A S Martins, 16 anos. São-paulino fanático. Rogerista incondicional.

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