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MB: O que esperar do jogo de hoje contra o Avaí?
MB: E a sina do time de criar muitas chances e não convertê-las em gol?
RC: Vejo pelo lado positivo, pois temos a característica da construção de jogadas. Porém, não temos aquele homem de área que costuma fazer os gols. O Dagoberto joga nesta posição, mas não é a principal função dele. Ele vem fazendo os gols porque, logicamente, ocupa os espaços do campo mais próximos ao gol. Mas nós não temos o cara lá da frente ainda.
MB: E o trabalho do Carpegiani? O grupo já entendeu toda a ofensividade dele?
RC: Quando chegou, o Carpegiani arriscou muito mais, porque vínhamos de um momento difícil e precisávamos ganhar os jogos. Foi ousado naquele momento e, hoje, está tentando dar um pouco mais de equilíbrio à equipe. Mas já entendemos o que quer e o modo que trabalha. Assim, cada um está tentando fazer o seu melhor em prol do São Paulo.
MB: Quais lembranças você tem da Copa do Brasil?
RC: Na verdade, joguei poucas vezes a Copa do Brasil, porque desde 2003 nós não participávamos do torneio. Então, a minha lembrança é a mais triste possível, por conta daquela derrota para o Cruzeiro, na final de 2000. Mas o torneio se assemelha muito à Libertadores, pois quando se joga em casa, não pode sofrer gols de maneira alguma no jogo. Fora, pode até perder, às vezes, mas tem que procurar trazer um gol para ter uma chance maior.
MB: Na carreira, só falta o título deste torneio nacional?
RC: Na verdade, já conquistei títulos de competições mais expressivas, como a Libertadores, o Mundial e o Campeonato Brasileiro, que têm uma importância maior. Agora, a Copa do Brasil é um título importante para nós neste momento que vivemos, pois é uma conquista que encurtaria a caminhada de volta à Libertadores, algo que, se não for agora, teremos que lutar até o final do ano. Então, teríamos um ganho de tempo muito grande com esta taça.
MB: Após 20 anos de futebol, o que ainda te inspira?
RC: Me inspira a paixão que tenho por jogar futebol. Essa é a minha profissão. O futebol me deu muitas coisas ao longo dos anos e, às vezes, temos que fazer algo pelo esporte também. A minha dedicação e a maior felicidade da minha vida ainda é, todos os dias, quando entro no campo de jogo, independentemente do clima, com sol ou chuva. É a profissão que muita gente gostaria de ter. Me sinto completo e realizado sempre que entro em campo para jogar.
MB: Como lida com concentrações? O que faz?
RC: Acho que concentrar na noite anterior ao jogo vale a pena, porque você descansa e acaba tendo um sono melhor, se alimenta bem e faz as coisas no horário certo. Então, se faz necessário. Duas noites antes, como fazemos aqui quase sempre, é mais complicado, porque o tempo demora para passar. Levamos longas conversas no refeitório, acesso a Internet e também assisto a jogos para aprender muita coisa e ver nossos futuros adversários.
MB: Perto dos 1000 jogos, o que isso representa?
RC: Acho legal que as pessoas têm essa coisa com os números redondos. Para mim, lógico que é especial, mas ter jogado 975 jogos é tão especial do que quando eu tiver mil. O mil é, de fato, um número que tem todo o charme, dos quatro dígitos, de caracterizar um arredondamento da marca, de ser algo expressivo. Mas para mim, o importante foi a sequência da carreira. É uma marca que pouquíssima gente conseguiu no futebol e fico contente por ser algo tão expressivo mesmo.
MB: O centésimo gol foi um dos momentos mais marcantes da carreira?
RC: Sem dúvida, foi muito especial. Foi num jogo legal, numa vitória, numa quebra de tabu de 11 jogos contra um dos nossos principais rivais. Ganhamos por 2 a 1 e marquei. Por isso, será lembrado sempre.
MB: Quer mesmo ser presidente do São Paulo?
RC: Presidente do São Paulo não é uma profissão, é um cargo pontual, que se ocupa por três ou, no máximo, seis anos. Tenho o clube como grande parte da minha vida, estou aqui há quase 21 anos dos 38 anos de vida que tenho. Para mim, o clube é minha família, é parte da minha vida. Enfim, acho que hoje tem gente bem mais preparada para a função. Quem sabe um dia, futuramente. Não descartaria isso, mas ainda é muito cedo para se pensar nisso. Se eu puder ajudar o clube de alguma maneira, futuramente, vou colaborar. Sei como tudo funciona e tem que funcionar aqui e não descarto uma participação.
MB: O torcedor pode ter esperanças de que continue jogando depois de 2012?
RC: Pode ser que aconteça, mas hoje é difícil de falar, porque ainda faltam um ano e sete meses para dezembro de 2012. São 19 meses de trabalho. Quero conquistar algo importante ainda durante este período. Em conquistando isso, pensaria no futuro. Se não conseguir conquistar mais nada que se tenha um valor expressivo, acho que é a hora de parar. Mas sigo pensando grande. Temos esta chance na Copa do Brasil e são cinco jogos que nos separam do título.
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